O número de empresas inadimplentes no Brasil atingiu um novo recorde em março deste ano. Segundo levantamento divulgado nesta quinta-feira (15) pela Serasa Experian, cerca de 7,3 milhões de negócios estavam com dívidas em atraso, o maior número desde o início da série histórica. O total representa 31,9% das empresas ativas no país.
Além disso, o valor acumulado das dívidas também foi recorde: R$ 169,8 bilhões. Em média, cada empresa possuía 7,3 contas negativadas, com um valor médio de R$ 3.186,80 por dívida.
O setor de Serviços liderou a lista de empresas negativadas, com 53% do total, seguido por Comércio (34,8%), Indústria (8,0%), Outros (3,3%) — categoria que inclui negócios do setor Financeiro e do Terceiro Setor — e Setor Primário (1,0%).
Já em relação à origem das dívidas, a maioria dos débitos foi contraída no setor de Serviços (31,6%), seguido por Bancos e Cartões de Crédito (20,7%).
Entre os estados com maior proporção de empresas inadimplentes, o Distrito Federal lidera com 40,9%, seguido por Alagoas (40,3%) e Pará (39,8%).
Para a economista Camila Abdelmalack, da Serasa Experian, o cenário de inadimplência é resultado direto dos juros elevados enfrentados pelo país:
“O cenário de inadimplência recorde entre as empresas reflete os efeitos prolongados de juros altos, além das dificuldades de o ao crédito — especialmente para os pequenos negócios. Esses são os mais afetados porque, em geral, têm menor capital de giro, maior dependência do crédito bancário e menos margem para absorver oscilações do mercado”, explica a economista.
