Por Eduarda Dantas
O empoderamento feminino pode ser verificado em diversos setores da sociedade. No segmento artístico essa forma de se posicionar é observada de uma maneira ainda mais evidente. Na música nacional, por exemplo, cantoras, compositoras, instrumentistas e grupos têm defendido a bandeira da ocupação pelas mulheres de espaços que, até então, eram majoritariamente ocupados por homens.
Na ultima década muitas mulheres se destacaram no cenário musical nacional por suas interpretações, composições e talento, bem como, sua facilidade em falar do universo feminino, retratando, através de canções os amores, relacionamentos e dificuldades.
A população brasileira é composta por cerca de 104,5 milhões de mulheres e 98,5 milhões de homens, o que, respectivamente, corresponde a 51,5% e 48,5% da população residente no país e, seguindo a mesma linha, em Rondonópolis as mulheres representam 50,27% da população local, número pouco maior que o de homens, que representam 49,73% do total de habitantes e, mesmo sendo a maioria, a participação feminina na música local ainda enfrenta o machismo que permanece bastante vivo no gênero musical.
Isso é fácil de ser percebido, basta se propor a ear pelos diversos bares, pubs e casas de show numa noite de sexta-feira e/ou sábado e apontar quantas mulheres estão a frente do musical oferecido. Isso se deve ao monopólio masculino que fecha as portas para o talento feminino e a resistência da própria classe que não se une para quebrar tabus, por medo de retaliação ou, simplesmente, para evitar o desgaste.
O fato é que, mesmo na era de Marília Mendonça, Luisa Sonsa, Maiara e Maraisa, Simone Mendes e tantos nomes de expressão na musica atual, a mulher artista, cantora, continua ocupando papel secundário, especialmente em Rondonópolis, muitas vezes implorando por uma oportunidade de mostrar seu talento e quando as tem, enfrentando a resistência masculina que, diferentemente da mulher, se unem para garantir seu exclusivo espaço ao sol.