A afirmação de Lula de que o presidente russo, Vladimir Putin, não seria preso se viesse ao Brasil gerou uma enxurrada de críticas. Para se defender, disse ontem que a Justiça é que vai decidir e afirmou desconhecer o Tribunal Penal Internacional (TPI), que determinou a prisão do líder russo por crimes de guerra.
“Eu só quero saber, e só me apareceu agora, eu nem sabia da existência desse tribunal, eu só quero saber por que os EUA não são signatários; por que a Índia não é signatária; por que a China e a Rússia não são signatárias e por que o Brasil é signatário”, indagou. Lula, no entanto, tem pleno conhecimento do tribunal sediado em Haia.
No entanto, documentos oficiais, discursos e declarações dele à imprensa mostram sua participação na indicação de uma juíza brasileira em 2003, assim como o envio do então chanceler Celso Amorim à sessão inaugural do TPI.(Aos Fatos e UOL)
Confira abaixo uma linha do tempo que mostra as relações de Lula com a corte de Haia:
- Ainda durante a transição com o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 2002, Lula e o PT atuaram para apoiar a indicação da primeira brasileira a integrar a corte, a ex-desembargadora Sylvia Steiner, que ocupou o posto de março de 2003 a março de 2012;
- Na ocasião da posse da juíza, o Ministério das Relações Exteriores — já no governo Lula, liderado pelo chanceler Celso Amorim — divulgou nota dizendo que “a eleição de Sylvia Steiner [para o TPI] reflete não apenas o reconhecimento de seus méritos pessoais e qualificações profissionais, senão também o compromisso do Brasil com a defesa e a promoção dos direitos humanos”;