Nas últimas semanas, produtores rurais de diversas regiões do Rio Grande do Sul intensificaram manifestações cobrando do governo federal a renegociação dos prazos para quitação de dívidas com a União. A mobilização deve ganhar força nesta sexta-feira (30), com uma paralisação programada e protestos em rodovias.
Durante os atos, que vêm ocorrendo de forma pacífica, os agricultores têm utilizado tratores e outras máquinas agrícolas para ocupar trechos de estradas, além de faixas com frases como “Securitização Já!”, em referência à medida que permitiria alongar os prazos e facilitar o o a novas linhas de crédito, como o Plano Safra.
Segundo os manifestantes, o estado enfrenta uma crise prolongada no setor agrícola, com quatro períodos de estiagem severa e uma enchente de grandes proporções nos últimos anos.
Carlos Seeger, um dos organizadores da mobilização, disse nas redes sociais que aguarda medidas e que os atos se intensificarão. Apesar da convocação feita por Seeger, as principais federações agropecuárias ainda não se posicionaram oficialmente sobre o ato marcado para sexta-feira.
Em entrevista ao site Poder360, o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) expressou apoio aos produtores e criticou a falta de ação do Conselho Monetário Nacional (CMN), que se reuniu na última quinta-feira (22) sem apresentar nenhuma decisão sobre o tema. O CMN é composto pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) e Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central.
Os produtores dizem que a ausência de uma resolução do conselho inviabiliza a regularização das dívidas e impede o o a novos financiamentos, agravando a crise no campo. A expectativa agora recai sobre uma possível decisão nas próximas semanas — ou sobre o impacto da paralisação programada para pressionar o governo.