FotoCapa:Ricardo Stuckert
A Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) identificou uma adulteração em um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), elaborado entre 2 e 8 de janeiro, sobre os atos golpistas em Brasília.
A primeira versão do documento foi enviada ao Congresso em 20 de janeiro, a pedido da CCAI. A segunda foi entregue em 8 de maio por ordem do ministro Alexandre de Moraes, respondendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República.
A comparação entre as duas mostra que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), então comandado pelo general Gonçalves Dias, adulterou (falsificou) o primeiro relatório, excluindo as 11 mensagens via celular que o militar recebeu, entre 6 e 8 de janeiro, sobre os riscos de invasão e tumulto em Brasília.
Esses alertas estão na outra versão do documento, enviada com o GSI já sob o comando do general Marco Antonio Amaro dos Santos. Essa alteração deve ser o primeiro grande foco da MI, que tem quase 500 pedidos para ouvir autoridades ligadas ao 8 de janeiro. (Globo)