Três anos depois do nascimento do filho, a recepcionista Yasmin Késsia da Silva aceitou fazer um exame de DNA a pedido do ex-marido. “A gente ficou junto cinco anos e se separou. Após a separação, o Claudio pediu o DNA. Eu, muito nervosa, concordei em fazer, desde que nós três fizéssemos. ‘Se você acha que esse filho não é seu, ele também não é meu’. E fiquei tranquila esperando o resultado”, conta Yasmin.
Ela conta que, cinco dias depois, o laboratório ligou para ela dizendo que havia um erro e o sangue da criança não era compatível com o dela. “É muito difícil falar. A gente se sente muito confusa. Não sei o que fazer, não sei o que pensar”.
Yasmin, então, procurou o hospital de Inhumas, cidade a 45 km da capital goiana, mas disse que não teve uma resposta adequada. “Conversei com o responsável do hospital e disse: ‘Meu ex-esposo pediu o DNA da criança e, para a minha surpresa, ele não é meu filho e eu ganhei ele aqui’. E o responsável me disse: ‘Nesses casos, acontece a troca’. Eu, muito, desesperada, disse: ‘Não, não quero que tire o meu filho de mim'”, lembre. Segundo ela, o funcionário então disse: “Nesse caso, já que você não quer que tome o seu filho de você, o ideal a se fazer é levar para debaixo do pano”.
Os partos foram realizados no dia 15 de outubro de 2021 em uma maternidade de Inhumas. Era auge da pandemia de covid e um protocolo proibia as mães de ficarem acompanhadas. Foi só depois de três anos que o erro veio à tona.
A Polícia Civil começou uma investigação para descobrir os responsáveis pela troca de bebês. O boletim de ocorrência foi registrado dia 7 de novembro deste ano.
“É uma parte muito dolorosa, a gente está sem chão, sem dormir, sem gerir a vida mesmo. Eu já tive um certo costume com meu filho, ele já conviveu comigo nesses três anos de vida dele”, diz o pai, Claudio Alves, ex-marido de Yasmin. “O erro a gente sabe que teve, mas não é momento de culpar ninguém, a gente quer uma resposta mesmo”.
Por SBT